O porto de Ilhéus, no sul da Bahia, recebeu 13 mil toneladas de amêndoas de cacau importadas da Costa do Marfim, na África e a situação é motivo de preocupação para os produtores da região já que, segundo eles, não há controle de pragas e doenças. O desembarque das 13 mil toneladas aconteceu no dia 29 de dezembro e não há detalhes de como será o uso dessas amêndoas. 


 Apesar da preocupação dos produtores, não há informações sobre descoberta de pragas oriundas do cacau na região. O fitopatologista da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Jader Pereira, explica que os produtos que estão sendo aplicados na carga durante a saída do porto na Costa do Marfim, não têm eficácia comprovada e somente o Brometo de Metila é capaz de dar a segurança fitossanitária contra pragas e doenças.

 O Brometo de Metila é um gás que age como inseticida, utilizado na desinfestação de solo e controles de pragas. Entretanto, as autoridades da Costa do Marfim, afirmam que o uso do Brometo foi banido pelo Protocolo de Montreal, assinado por 46 países, no ano de 1989. Jader diz que o protocolo não é aplicado em casos de importação e exportação de produtos vegetais e animais.

 O Ministério da Agricultura, informou que devido o processo de transição de governo brasileiro e mudança de diretoria, o órgão não pode se manifestar sobre o assunto.
 Segundo a presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau, Vanuza Barroso, as condições da importação acarreta riscos para a saúde. Como exemplo, Vanuza citou a entrada de insetos vivos em Ilhéus no ano de 2012, vindos da Costa do Marfim.

 A presidente lembrou ainda que no ano passado outra praga chamada de Monilíase, foi registrada na Amazônia, colocando o estado de Amazonas em quarentena, e alerta que as pragas que podem ser trazidas pelos desembarques da Costa do Marfim, são ainda piores.

 Os produtores de cacau esperam que o Governo Federal revogue a instrução do Ministério da Agricultura que permite a importação de amêndoas sem a aplicação do Brometo de Metila.

 A preocupação dos produtores continua, já que outro carregamento está previsto para chegar ao município no mês de março com mais 10 mil toneladas vindas da Costa do Marfim.

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