Um navio que atracou no porto do Malhado, em Ilhéus, pode ser o motivo de protestos que pretendem bloquear a BR-101, nos próximos dias. O navio fez uma viagem de 10 dias, saindo de Abdijan, na Costa do Marfim (África), até a cidade baiana, transportando cerca de 10 mil toneladas de amêndoas de cacau, importados para a produção pela Barry Callebaut e Cargill.


 A carga de cacau africano tem sua segurança questionada por produtores locais, que temem a contaminação da lavoura. De acordo com informações, a carga poderia trazer ervas daninhas, insetos e outras pragas que não existem no Brasil e que também não são combatidas no outro continente.

 Além disso, produtores afirmam que a produção nacional seria suficiente para atender a demanda, e que as multinacionais utilizam a tática para reexportar o produto processado sem pagar impostos.

 O navio Pichon saiu da cidade de Abidjan em 8 de fevereiro e atracou em Ilhéus no domingo (18). Um protesto com o objetivo de impedir o transporte da mercadoria pode acontecer nos próximos dias, com bloqueio da BR-101. A manifestação é organizada pela Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANC).

 Sem querer se identificar, uma testemunha afirma que outras cargas de amêndoas vindas da África já chegaram contaminadas ao município, e nem por isso deixaram de ser processadas. Entre os materiais já encontrados nessas cargas estariam: cápsulas de munições de arma de fogo, ratos mortos e até mesmo o pedaço de um dedo de mão humana.
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